
Lideranças do PT de Lula avaliam que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), ficará “desmoralizado” se pautar o projeto da anistia aos condenados do 8 de Janeiro, após o liderado por Jair Bolsonaro no domingo (6/4) na Avenida Paulista, em São Paulo.
Durante a manifestação, bolsonaristas subiram o tom para cobrar Motta publicamente a pautar a proposta. Como noticiou o Metrópoles, o pastor Silas Malafaia, organizador do protesto e aliado de Bolsonaro, criticou o presidente da Câmara e chegou a chamá-lo de “opositor”.
Na avaliação de petistas, os aliados de Bolsonaro tentaram “intimidar” Motta com os ataques durante o ato. Lideranças do PT avaliam que, caso paute o projeto da anistia agora, o presidente da Câmara estaria “se rendendo” à pressão do bolsonarismo.
Atualmente, o PL da Anistia está parado na Câmara. Para aliviar a pressão dos bolsonaristas, Motta tem prometido criar uma comissão especial na Casa para analisar o mérito da proposta. A oposição, contudo, quer levar o projeto a votação diretamente no plenário.
Condição de Motta
O presidente da Câmara, contudo, tem dito em conversas recentes com interlocutores e aliados que todos seus movimentos em relação ao tema da anistia deverão ser acordados previamenente com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
Como a coluna noticiou no domingo, Motta pretende, inclusive, conversar com Alcolumbre sobre o projeto da anistia nos próximos dias, possivelmente ainda nesta semana. Caso seja aprovada pelos deputados, a proposta ainda terá de ser analisada pelos senadores.
Para o presidente da Câmara, o movimento coordenado com o chefe do Senado seria necessário para evitar que Motta avance com o projeto sozinho, sem respaldo do Senado, e, assim, acabe ficando com o desgate sozinho perante ministros do STF.
Milena Teixeira / metropoles.com/colunas/igor-gadelha
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