O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (6) que um "aloprado" pode desfazer em apenas quatro anos avanços conquistados ao longo de duas décadas.
A declaração foi feita durante o 6º Encontro Nacional do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), em Brasília, onde o governo anunciou a redução do limite de alimentos ultraprocessados na merenda escolar.
O clima das eleições de 2026 já está sobre Brasília, com os diversos políticos e partidos se movimentando para chegar lá nas melhores condições de disputar a presidência. A largada foi dada com as eleições da Câmara e do Senado, no último sábado (1º), em que o deputado Hugo Motta e o senador Davi Alcolumbre (União-AP), ambos do Centrão, conquistaram o comando das Casas.
No evento desta terça, Lula falou a maior parte do tempo sobre educação. No final, deu o tom eleitoral ao seu discurso.
"Queria terminar dizendo para vocês que nós temos mais dois anos de governo, e vocês aprenderam uma lição: construir leva décadas. Destruir, basta um aloprado ganhar as eleições que ele destrói em quatro anos o que a gente fez em 20 ou fez em 30", afirmou Lula.
Lula não mencionou diretamente o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas alfinetou ao criticar quem prefere armar a população em vez de dar educação.
"Vocês sabem como que é: a gente passa horas e horas, meses e meses construindo uma coisa, aí entra um cara e em um decreto ele destrói tudo. Porque fica melhor criar CAC [licença para caçador para as pessoas aprenderem a atirar do que criar escola para as crianças aprenderem a estudar", completou.
O presidente afirmou ainda Lula que o Brasil deve ser o país da educação e não o das fake news e da "cretinice".
"Você vai formar homens e mulheres de melhor qualidade, com mais aprendizado. É esse país que nós precisamos construir, e não o país da mentira, o país da cretinice, o país da fake news, o país da irresponsabilidade", argumentou Lula.
Comida 'enlatada'
Lula também defendeu a iniciativa do governo de deixar a merenda escolar mais saudável.
Ele argumentou que, antes, governos não se importavam com a alimentação do pobre e que, se a pessoa não tivesse dinheiro, não comeria bem. Nesse caso, segundo Lula, a pessoa comeria "enlatado" americano e ficaria "gordão".
"É o seguinte, você tem dinheiro vai comprar no supermercado. Não tem, não come. Essa é a lógica, para que perder tempo? Para que perder tempo com alimento saudável se eu compro enlatado americano e todo mundo come? E vai ficar gordão. Porque quando a gente é magro de fome, a gente pensa que engordar é saudável. [...] A comida tem que ser saudável. Saudável e gostosa. Porque tem que ser saudável, de qualidade e barata ainda", afirmou.
Por Pedro Henrique Gomes, g1 — Brasília
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