A imprensa vem noticiando com mais frequência os casos de jovens que morrem vítimas da COVID-19. Mesmo sem comorbidades, pacientes de pouca idade estão apresentando menos força para lutar contra a doença por terem baixa resistência. Como a doença ataca os pulmões, muitos já são intubados diretamente, e a ventilação mecânica em 75% dos jovens tem sido mortal.

Na maioria dos casos, os jovens não chegam a passar muitos dias internados, o que revela uma preocupação, pois há pouco tempo para tratar uma doença que evolui muito rapidamente, quando as respostas dos pacientes são bastante lentas. Sobre essa nova realidade da pandemia da COVID-19. A reportagem do Patosonline.com conversou com o médico Dr. Pedro Augusto, que explicou a situação.

“Todos têm notado a superlotação nos hospitais, principalmente com pacientes em UTI, e a mudança na faixa etária dessa doença. São agora pacientes jovens, alguns sem comorbidades. Mas é impressionante as mutações que esse vírus sofreu durante essa pandemia. Antes era um vírus que tinha predileção por pacientes idosos, com comorbidades, normalmente diabéticos. Depois ela foi alterando para pacientes idosos sem comorbidades, mas hoje o foco são pacientes jovens, normalmente o fator de risco é a obesidade, uma doença que já é inflamatória por natureza, então esses pacientes já tendem a apresentar pressão alta, níveis glicêmicos altos, e essa cascata inflamatória nos pacientes jovens tem sido inesperadas por muitos médicos”, declarou Dr. Pedro Augusto.

O médico disse ainda que, neste momento, tem crescido os casos de jovens acometidos pela doença, e trouxe uma informação preocupante. Segundo Dr. Pedro Augusto, esses pacientes apresentam mais fragilidade e acabam não resistindo por conta da gravidade da inflamação.

“Os jovens são pacientes que em um ou dois dias no hospital evoluem muito pouco, e o comprometimento pulmonar é muito importante. A troca gasosa muito ruim e eles precisam ser intubados, e é muito importante que esse é um ato de tentar salvar o paciente, que não está respirando por nenhum outro método, então é a única chance de sobreviver. A mortalidade em pacientes com ventilação mecânica é alta não pelo ato da ventilação, mas pela gravidade da doença. A Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) publicou um estudo que afirma que mortalidade gira em torno de 75% dos pacientes com ventilação mecânica. A gravidade dessa doença leva o paciente a óbito”, explicou o médico.

Por fim, Dr. Pedro Augusto reforçou que não é brincadeira, a doença mata, e é preciso manter os cuidados recomendados pelo Ministério da Saúde. Ele falou da importância de manter o distanciamento, fazer a higienização pessoal, use máscaras. Ele afirmou que essa rotina só será diferente quando 70% da população estiver vacinada contra a COVID-19.

 

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