O Dr. João Alberto Morais, presidente do Conselho Regional de Medicina na Paraíba (CRM/PB), esteve nesta sexta-feira, dia 12, visitando mais uma vez o Complexo Hospitalar Regional e a Maternidade Dr. Peregrino Filho, em Patos, para apurar condições de funcionamento destes órgãos diante das condições existentes atualmente.

No início do mês de abril, o CRM/PB esteva em Patos em decorrência de denúncias feitas por profissionais que trabalham na Maternidade e no Hospital. Constatou-se carência de medicação, falta de exames, superlotação no Complexo Hospitalar Regional, além de condições indignas de trabalho para funcionários e para o atendimento à população.

Na tarde desta sexta-feira, o CRM/PB decidiu pela interdição ética da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal e da Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal (UCIN) na Maternidade Dr. Peregrino Filho. De acordo com a decisão, a medida drástica se faz necessária para a preservação da dignidade no atendimento à população e ao profissional. Trabalhadores chegaram a chorar com a decisão, mas entenderam a gravidade da situação que exigiu medidas drásticas.

Faltam até itens básicos como copos descartáveis, papel higiênico, máscaras e outros insumos na Maternidade. O CRM/PB também viu carência de medicamentos e outras irregularidades onde não se restou outra medida.

“O CRM constatou que é um hospital de risco. Muita gente internada. Todas as salas lotadas de pessoas. Acho que isso traz uma condição indigna para a população de Patos e a sertaneja em geral, pois se atende mais de 80 municípios. Vamos elaborar um relatório e nesse relatório vamos dar prazo para se solucionar. Caso contrário vamos promover interdição de setores aqui! ”, relatou Dr. João Alberto.

Também neste dia de hoje, o Governo do Estado da Paraíba começou a pagar os salários atrasados dos servidores da Maternidade e do Hospital, porém, apenas do mês de março, faltando o pagamento do mês de fevereiro. Tanto a Maternidade Dr. Peregrino Filho como o Complexo Hospitalar Regional são administrados pelo Instituto GERIR através de terceirização. A GERIR recebe quase 7 Milhões de Reais do Governo do Estado da Paraíba para administrar os dois órgãos, mas começou a ter problemas em decorrência de bloqueios judiciais de recursos ocasionados por desrespeito no pagamento de fornecedores.

 

Jozivan Antero / Patosonline.com