Deixar o celular carregar até 100% estraga a bateria?

Deixar o celular carregar até 100% pode prejudicar a vida útil da bateria. Mas o dano é sutil, acontece aos poucos e é diferente de "viciar" a bateria.

O prejuízo acontece, por incrível que pareça, devido a um mecanismo de proteção do próprio dispositivo.

Isso porque as baterias atuais têm uma ferramenta automática de segurança contra o excesso de carga, que faz com que elas diminuam a "janela" possível de entrada de energia a partir dos 80% de carregamento, explica Kim Rieffel, vice-presidente de Telecomunicações da Associação Brasileira de Avaliação da Conformidade (Abrac).

Por isso, ao carregar um celular que já está com 80% de bateria, será gerada uma situação de "estresse" no dispositivo, já que ele estará recebendo a carga ao mesmo tempo em que está resistindo a ela.

Se isso acontecer com frequência, a saúde da bateria é prejudicada e ela pode perder, aos poucos, a sua capacidade, de acordo com o especialista. Na prática, ela acaba demorando mais para carregar e descarregando com mais facilidade.

Nesse sentido, segundo Rieffel, o ideal é carregar a bateria apenas até os 80%, período em que o dispositivo carrega com mais facilidade e "sofre" menos.

 

"No dia a dia, para proteger a bateria, vale a pena trocar o carregamento durante a madrugada por cargas pontuais ao longo do dia", orienta Rieffel.

 

Qual a diferença de 'viciar' a bateria?

O conceito de "viciar" a bateria corresponde a um cenário mais drástico e que acontecia mais rápido do que o dano provocado pelo excesso de carga atualmente.

As baterias que podiam "viciar" eram de uma geração passada, do tipo Níquel-Cádmio, muito usado nos celulares há 10 anos.

 

"Nessa época, elas eram mais sensíveis ao carregamento e, com o excesso de carga, rapidamente começavam a ter um desempenho pior", descreve o especialista.

 

Hoje, a maioria dos celulares usa baterias de íon de lítio, que são mais resistentes a esse tipo de exposição. Assim, falar que as novas baterias "viciam" seria um exagero, segundo Rieffel.

 

Por Lara Castelo / g1

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